quinta-feira, 3 de junho de 2010

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Gostaria que apenas num olhar, as pessoas pudessem enxergar o fundo da minha alma, a sinceridade dos meu sentimentos, sentir minhas dores e  corresponder ao menos com respeito meus amores.
Como desejo continuar acreditando na humanidade, investir sem reservas nos relacionametos e me doar mais uma vez sem ter medo do que possa vir acontecer.
Fomos criados para nos relacionar, mas, como dói essa nossa função.
Chorar, andar, não parar....Chorar, andar, não parar...
Quero chorar, chorar, deitar e chorar ! Me deixa aqui, quieta...
PARA O MUNDO QUE EU VOU DESCER!
Tento fazer o jogo do contente, mas, não estou contente, estou triste de verdade.
O consolo é que passa!
O consolo é que "tudo coopera para o bem daqueles que temem e amam a Deus", então, esse episódio deve servir para alguma coisa.
Minha ansiedade é apenas saber que tipo de pessoa serei depois que tudo passar. Não quero deixar de amar, acreditar, sonhar, rir...Eu amo sorrir, embora hoje minha alma chore.

"Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás." :Che Guevara, citado em "Mi amigo el Ché"‎ -

sábado, 8 de maio de 2010

De que Tempo Você é?


Acho que estou ficando velha, embora não pareça. Ou será que sou um ET e só agora me dei conta que estou no planeta errado?
Talvez esteja fora de moda, mas se  moda for essa que estão divulgando por aí, então definitivamente me enclausurei num museu e me esqueci.
No "meu tempo" era uma diversão brincar de esconde-esconde, gato mia, corda e elástico.Hoje as meninas brincam de ficar horas penduradas no celular de última geração ou de "conversar" pelo computador.
No "meu tempo" quando agente gostava de algum menino, agente corria que nem louca atrás dele durante o recreio ou para bater nele ou para fugir dele. Hoje as meninas é que tomam a iniciativa de dizer que querem beijar muiiiiiiiiiiito.
No "meu tempo" era o máximo ter coleção de Melissinhas (as famosas sandalias de plástico), pintar a unha só quando a mãe deixava isso já beirando a velhice dos 11 anos!Hoje, o que conta é ter coleção de sapatos de salto alto e que sejam das grifes internacionais, não é necessário mais implorar para a mamãe passar o esmalte dela, nem que seja de mau jeito, hoje, existem salões de beleza especializados para crianças, com direito a cabelo, maquiagem, manicure e até aplicação de sílios e dentes postiços.
No " meu tempo" dormia depois do Jornal Nacional e era obrigada a tomar um copo de leite, fazer xixi ,escovar os dentes rezar o Pai Nosso todas as noites. Hoje, as crianças só se deitam após saberem quem foi eliminado no último paredão do BBB, lá pelas tantas da noite, depois de verem muitas cenas impróprias para menores e até mesmo maiores com um pouco de senso crítico, tomar mais um gole de refrigerante, sem escovar os dentes e rezar...Rezar? Por onde começa mesmo?
No "meu tempo" minha maior ansiedade era ficar esperando em frente ao forno do fogão os intermináveis 30 minutos até que o melhor bolo de chocolate do mundo ficasse pronto, o bolo da minha mãe. Hoje em dia, não é preciso ser ancioso, as mães não sabem cozinhar, também se soubesse não teriam tempo, comprar na doceria mais chique e famosa é bem mais prático.
No "meu tempo" respeitar professor, fazer lição de casa, estudar até de madrugada para prova e ficar nervosa na hora de fazê-la era a coisa mais importante da vida e amigo de escola era para toda vida. Hoje, professor apanha, fazer lição nem pensar, estudar então para que? se a "cola" tem até uma versão hi-tec e amigo de escola foi feito ou para ser espancado, baleado é claro que com tudo filmado para ser colocado na internet para diversão da galera.
No "meu tempo" dançavamos horas e riamos muito também daquele que ficava com a vassoura e é claro que fugiamos dela, o legal era dançar nem que fosse com a melhor amiga. Hoje, não existe mais a vassoura, mas, tem sempre que esteja de fora olhando os dançarinos, mas, agora ninguém foge dele e  sim perseguem ele, porque ele tem umas "bolinhas" que são muito mais legais do que dançar a noite inteira, aliás, elas são tão boas, que com elas dança-se até sem música.
No "meu tempo" propaganda de margarina exibia uma família unida e feliz, não tinha nada mais lindo do que felicidade de popaganda de margarina. Hoje, até isso mudou! A família feliz não existe, tem lá um filho pequeno entrevistando o atual namorado da mãe e avó que deveria ser "quadrada", recrimina a "quadradice" do garoto.
No "meu tempo" tantos dos meus sonhos foram planejados, sonhados para serem vividos hoje,mas, parece que o tempo de hoje não me acompanhou em muitos deles, queria muito um tempo de hoje que sonhasse as coisas que eu sonhei, que eu acredito e acreditei para sempre.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Absolutamente feitos para sermos um só.


Após ler sobre uma acalourada discussão entre defensores da Igreja Orgânica e Igreja Institucional (concenvional) resolvi fazer um desabafo (muito pessoal) mesmo que pareça estar ressentida, não é verdade , apenas estou indignada com o rumo da discussão entre as duas correntes,onde o defensor da Igreja Orgânica critica duramente e com certo desdém a ineficácia da Igreja Institucional,se gabando que a Igreja Institucional não tem (em outras palavras) a alta qualidade no relacionamento e cuidado com os irmãos.
Esta questão está muito bem resolvida em meu coração, assim como outros irmãos amigos que provaram (da igreja orgânica) e não gostaram, pelos mesmos motivos que eu.

Igreja Orgânica é um termo que cada vez mais se torna conhecido no meio cristão evangélico, que se entende por pessoas que saem das igrejas convencionais e procuram seu espaço de fé e prática em igrejas caseiras, cultuam a Deus sem ser necessariamente aos domingos, dispensam o uso de roupas formais e qualquer indivíduo que sinta no coração o desejo de se manifestar , pode assim fazê-lo, sem que precise necessariamente ter um cargo eclesiástico, afinal, todos são chamados ao sacerdócio atuante.
Igreja Institucional (todo mundo conhece) é aquela que as pessoas se reunem em um prédio, em cultos geralmente aos domingos, com todo um ritual pré-determinado e estabelecido por indivíduos que tem seu cargo eclesiástico estabelecido.
Posso dizer que já fui uma crente institucional e fui também uma crente orgânica(natureba).
Como muitos já se decepcionaram na caminhada institucional, eu também tive meus momentos de frustração. Então, depois de anos, resolvi me tornar uma crente natureba e aderi ao movimento orgânico.
Como estava num período delicado, com minha filha ainda muito bebê mamando no peito, achei que essa seria a oportunidade ideal, afinal, numa igreja orgânica, o ambiente é bem tranquilo como na casa da gente.Não tem música alta, nada da bateria estourando nossos tímpanos, apenas um estilo bem acústico no momento de louvor e adoração o que na minha opinião, é ideal para quem está com um bebê recem-nascido.
Como já vinha com minhas feridas ainda não cicatrizadas da igreja institucional, comemorei, essa nova estada , me sentia confortável e protegida daquela imensidão de desencontros que presenciamos muitas vezes numa igreja maior.
Por fim, com poucas pessoas, a chance de me "enxergarem" seria muito maior.No meio de 200 posso ser confundida, mas, no meio de 20, não tem como ser tão igual, encontraria ali a grande oportunidade de ser visível e amada, recebida no seio da família, como ouvi na primeira vez que estive com meus "hermanos naturebas": -Somos uma família!
Tenho que confessar, que no meio dessas reuniões, pelo menos o nível de troca intelectual é maior, me senti muito bem em muitas delas, o momento de louvor e adoração acústico era maravilhoso, pude muitas vezes ver minha filha acompanhando com muita alegria o som que saia do violão muito bem tocado.
Mas, mencionei sobre precisar de conforto e estar em família, tudo o que realmente  precisava por um tempo (esse detalhe é muito importante) .
Começei a perceber que estava confortável demais, o marketing de que todos podem expor suas opiniões e que todos são chamados para o sacerdócio, começou a se esbarrar em olhares de censura, comentários subliminares e por fim, a liberdade de ir as reuniões de chinelo de dedo e bermuda (o que não vejo em absoluto nenhum mau nisso) começou a ultrapassar os limites do físico e ir para o comportamental, não tenho vocação para religiosidade, nem tão pouco a tolero, posso até estar de chinelão de dedo,mas , meu comportamento não pode em momento algum estar tão livre assim ao ponto de desrespeitar horários de início de reunião, ou ficar soltando piadinhas, no momento que meu irmão compartilha algo sobre sua vida pessoal ou a Palavra de Deus. Vi aqui um grande engano entre não ser religioso e permissivo demais.
Senti muita saudade da África!!! Do perdido, do pobre, do rejeitado, do faminto, sentia saudade de estar no estábulo, ah que saudade do cheiro de coco de ovelha!! Da para me entender?
Quando acabava a reunião e íamos para mesa de "comes e bebes", voltava a ser invisível como na igreja institucional, pior, cheguei a conclusão de fui muito mais invisível lá.
Algumas coisas foram a gota´dagua, prefiro nem comentar, mas, quando percebi que o marketing de que "aqui somos uma família, diferentes!", era pura propaganda enganosa ,cai fora!
Vale ressaltar que sai do meio dos orgânicos convictos e jamais recebi um telefone se quer de nenhum deles, nem ao menos para lamentar minha saida e ser o mais original dos crentes e ter a curiosidade de perguntar: "-oi, que igreja voce ta indo irmã?" . Afinal, tem raça mais curiosa que crente?É incontrolável não querer saber onde o irmão que saiu tá congregando.
Pois bem, se vendem uma imagem de que são diferentes no quesito amor, união e de que lá as coisas funcionam no maior estilo primitivo, venho aqui para relatar a minha experiência pessoal e intransferível de que isso não é verdade.
Fui tão mau amada quanto na igreja institucional, fui criticada (mesmo que subliminarmente ) tanto quanto, não fui pastoreada como na institucional e por fim, se algo está errado ,é fazer propaganda de algo que não existe.
Até a mesma desculpa que a igreja institucional usa quando alguém sai , na igreja orgânica também usaram, pelo menos no caso da minha família: "Ah, eles não se adaptaram, não estavam preparados, muito fechados...
Sempre o problema é de quem sai, ja viram esse filme?
Sei que em todo Brasil existem muitas igrejas orgânicas e institucionais que dão certo e analisando as duas correntes, as duas igualmente tem seus pontos fortes e fracos e na minha singela opinião, o grande problema das duas é o homem!! Sim, aquele criado por Deus que insiste em fazer as coisas do seu jeito se esquecendo de amar o próximo, o diferente, o excluído....
Não quero aqui condenar o sistema adotado por nenhuma das duas, a minha indignação é pregar o que não se vive e achar isso normal.
Não da para pregar relacionamento jenuíno e na prática não vivê-lo , a idéia das "panelinhas" das igrejas institucionais já está muito bem difundida no meio orgânico, infelizmente.
Digo que fui crente natureba, porque não quero ser assim, provei e não gostei, acho que o Senhor ainda quer continuar alargando nossas tendas, fazendo se cumprir o Ide da Grande Comissão em cada um de nós, mas de fato.
Digo que fui crente convencional, porque não quero levantar mais bandeira nenhuma que não seja a de Cristo, para mim o meu irmão é muito mais importante que a construção do templo ou ficar discutindo que cor deve ser a sapatilha das bailarinas do grupo de dança , que insistem em se proliferar como "praga" em nossas igrejas.
A realidade é que o amor de Deus que nos une e o seu plano de salvação para a humanidade através de Cristo é ABSOLUTO.
Se você é convencioal, tradicional, sem igual (rs), orgânico ou mais sei lá o que, isso é RELATIVO.
Então, vamos parar de nos perder com questões relativas e muito discutíveis e nos tornar um só naquilo em que somos ABSOLUTOS.