segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ouviu o galo cantar e não sabe onde!


A um ano atrás  passei por uma situação  constrangedora mas engraçada e desde então, começei a olhar com mais atenção os acontecimentos e a "ligeireza" das pessoas em emitir uma opinião.
Estava sentada na primeira fila  do auditório do centro de convenções da cidade , para assistir o primeiro espetáculo de ballet que minha filha participava. Sozinha , lia o programa do espetáculo, enquanto aguardava o restante da família chegar, era uma noite de estréia e estávamos todos ansiosos, quando ouvi uma voz feminina atrás de mim falando o nome da minha filha, a voz repetiu o nome dela umas três vezes  no meio da frase que eu não conseguia entender o que era.
Olhei para trás e vi uma mulher aparantemente da minha idade conversando com outra mulher, ela segurava o programa do espetáculo e logo deduzi que deveria ser mãe de alguma amiguinha da minha filha comentando sobre a apresentaçao.
Uns minutos depois, ela falou novamente o nome da minha filha, só que dessa vez consegui ouvir nitidamente a frase toda:

- A mãe da Jemima!!! Fulana ficou com muita raiva dela, porque na festa de homenagem das professoras ela foi a única mãe  da turma que não colaborou com a festa. Achei isso um absurdo, Fulana, tentou falar com ela e ela nem quis ouvir...

Desandou a me dar mais alguns adjetivos nada simpáticos e quando eu já tinha ouvido o suficiente, me levantei e me dirigi  a ela educadamente , explicando o  que realmente aconteceu. Sorrindo, com muita calma e falei pausadamente para que ela  entendesse tudo, mas, se sentisse necessidade, estava disposta a desenha para ela (kkk):

- Oi, meu nome é Monique .
(ela sorriu nesse momento, sem entender nada)

-Sou a mãe da Jemima.
(ela ficou  de todas as cores do arco-íris  em apenas cinco segundos, kkk)

-Eu não participei da festa das mães, simplesmente porque não fui avisada, não sabia, portanto não tinha como adivinhar (quando me converti, joguei minha bola de cristal fora, kkk).
 Prossegui falando :
- No dia da festa, cruzei rapidamente com essa mãe que tá com muita raiva de mim na porta da sala e ela apenas me perguntou se eu não fui avisada da festa. Disse que não e sai rapidamente, porque minha filha vem passando por um problema de adaptacão horrível e chora toda vez que chega na escola, então, eu tenho que a deixar na sala e sair correndo, saio tensa, com o coração na mão. Sempre participei de todas as festas , inclusive a do ano passado fui eu quem organizei, não tenho motivos para não participar, muito menos de não querer ouvir as pessoas.

Ela e a amiga que conversava com ela, ficaram muito sem graça, o constrangimento ficou quase palpável por ter sido pega em flagrante e tentou se explicar:
- Ai, desculpa, olha o que dá falar mau dos outros sem saber, nem te conheço, desculpe.
- Tudo bem, eu achei ótimo isso ter acontecido porque nem fazia idéia que tava rolando essa situação chata com meu nome e de algo que eu nem tinha tido a oportunidade de me negar a participar!

Ela se desculpou mais umas trezentas vezes e eu voltei para o meu lugar do mesmo jeito, calma e sorrindo, mas só eu sei como estava segurando a baiana que mora dentro de mim e estava doida para se manifestar!!
 Fiquei pensando  que se essa situação chata não tivesse acontecido eu jamais saberia porque algumas mães, passaram a me olhar atravessado (coisa que só percebi depois disso).Após o ocorrido, fui conversar com algumas delas (que ficaram chocadas com a fofoca da outra) para explicar o que havia acontecido e depois de ter consultado algumas, desisti disso, paciência , não vou ficar me explicando se na verdade o julgamento e a crítica alheia foram precoces demais.
Depois desse um ano, tem umas três mães que quando me vêem, fazem de tudo para não me cumprimentar. Lamentável, termos atitudes assim por nada!
O ser humano  tá ligeiro demais com a crítica!
 E tem se comportado assim a maior parte do tempo; nos relacionamentos em família, com os companheiros de trabalho, com o vizinho de porta no prédio que mora e até mesmo na internet, onde todo mundo se sente no direito de ser psicólogo comportamental e mal lê o que o outro posta no facebook  e corre para emitir sua opinião venenosa.
Que necessidade é essa de apontar o dedo?
De ter sempre algo negativo para revelar ao outro?
Temos deixado de lado as ricas oportunidades de conhecer as pessoas, parar para ouvir os dois lados numa discussão antes de tomar partido. Coisas tão pequenas estão dando espaço para sentimentos daninhos que  corroem  e roubam sorrisos que emolduram a alma daqueles que deveriam calar , ouvir, perdoar e estender a mão com sinceridade.
Nos gabamos de ser  moderninhos e ao mesmo tempo não! Mas que contradição, o ditado  que temos usado é do tempo das nossas tataravós; temos ouvido o galo cantar, mas não sabemos onde!
Deixemos disso porque já ficou demodê!

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