sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Como vai você?

Aproveitando esse clima de reflexão que o fim de ano sempre traz, nosso assunto preferido aqui em casa tem sido o amor , a maneira como cada um gosta  de demostrar amor e de receber também.
Gostamos muito de "receber pessoas"  em casa para um cafezão da tarde  no melhor estilo engordativo.  Pode parecer redundante dizer "receber pessoas", mas não é, porque se trata de pessoas no sentido amplo da palavra mesmo, todas as raças, credos e classes sociais; recebemos amigos, familiares, vizinhos íntimos e não íntimos e já recebemos muitas vezes inimigos e com o mesmo carinho que recebemos os outros queridos!!rsss.
É sério! Uns a gente até sabia que eram inimigos, mais a maioria descobrimos depois, calma, a vida tem dessas coisas pessoal. Nem por isso desistimos, fechamos a porta da "cafeteria" para balanço algumas vezes, mas, logo reabrimos com pique total, é mais forte que nós e definitivamente  nós (eu e meu marido) descobrimos que gostamos de gente (pessoas), contato físico regado a muito café forte e boa conversa.
Esse é um momento que nos dá prazer, onde há troca e é essa a chave do negócio, troca.
Amar é muito bom, ser amado então... É melhor ainda.

Lamentavelmente cada vez menos as pessoas tem demonstrado amor . O ser humano tem a tendência a querer amor, mas não tem a mesma tendência em querer dar.
Logo no primeiro ano de namoro, meu marido então namorado, ficou muito irritado com a quantidade de ligações que recebi no meu aniversário, agente mau consegui se falar nesse dia e ele reclamando que nunca havia visto nada parecido.Para mim, o comentário dele era muito mais estranho que a estranheza dele, como pode alguém não passar o dia do seu aniversário atendendo telefonemas?Aquilo era muito comum, sempre foi assim, desde que  fosse dia do meu aniversário!
Sempre tive muita facilidade em demonstrara amor, carinho pelas pessoas queridas, sempre plantei sementes boas e sempre soube regá-las, naõ tinha como não passar o dia atendendo ao telefone.Sempre soube das datas dos aniversários dos meu amigos e até aqueles parentes de 4, 5 6 grau! Nos 3 anos de namoro, pude entender o porque da estranheza dele, ele não plantava semente nenhuma e regava muito raramente aquelas amizades antigas, deixou que a falta de amor de muitos, pessoas que ele valorizava esfriassem seu sentimento.
E é isso que mais me entristece. Porque as pessoas não valorizam?Porque algo tão simples pode se tornar tão complicado?
Já me cansei muitas vezes, já desisti de algumas pessoas, mas, aí o tempo passa, não consigo, lá tô eu ligando de novo,arrumando um jeito de fazer uma surpresinha...Sou incorrigível nesse quesito.
Quantos de nós somos assim ou temos sido assim?
Muitos tem reclamado que essa era digital afasta as pessoas e torna tudo tão frio, eu realmente não concordo, a era digital facilita e muito. Dá para ligar rapidinho no celular (até criança de 7 anos tem celular), mandar torpedo, escrever uma mensagem no orkut, um e-mail.... O problema é que nem assim, tem gente que não dá a mínima, nem para responder o-mail rapidinho : "obrigado" ou "ok ,recebi depois conversamos".
Precisamos colocar urgentemente na lista de prioridades para 2010 o que realmente tem prioridade nessa vida : Pessoas,Gente - relacionamento, troca! Se dispor a amar, conhecer, ouvir, ligar para saber se passou a noite bem, investir mesmo em doação ao próximo, em sentir muitas vezes a dor dele junto dele.
Todos nós temos problemas , uns em maiores outros em menores proporções, mas, creio que isso não é impedimento para deixar de  se preocupar com o outro.
Toda vez que nos dispomos a olhar o outro com o coração, nossos problemas parecem se dissolver em amor.
Meu marido me disse uma frase que não sei de quem é e diz assim:
"Quanto mais você ama as pessoas, mais você se aproxima de Deus."
Quero estar a cada dia mais e mais próxima Dele, e que você também esteja , porque assim eu terei a certeza que meu telefone irá tocar e meus e-mails serão respondidos.

Contradições de um mundo moderno.


Nem bem completadas 24 horas da postagem anterior e muitas mulheres entraram em contato comigo comentando o blog. Primeiro parabenizando  o tema abordado e depois desabafando ou dizendo melhor, "desabando".
A insatisfação de muitas por não se enquadrarem em nenhum papel da sociedade de um modo natural, serem discriminadas , olhadas de rabo de olho, colocadas de canto.
Muitas se sentem piores que Maria Madelana (e ela recebeu amor e perdão do Pai!) e outras tratadas dentro das igrejas e até mesmo no seio de sua própria parentela como um DALITI*.
Acreditem, isso ainda acontece nesse mundo tão moderno!
Acontece e tem vários nomes; preconceito, ignorância, abuso espiritual (quando acontece nas igrejas) mas, o que eu prefiro mesmo é  chamar de DESAMOR ao próximo.
Engraçado, na postagem anterior, comentei sobre o excesso de modernidade das pessoas e agora, me deparei com o lado B da situação, a falta de modernidade em olhar para as pessoas separadas.
 É ou não uma loucura?
Bem que falei não foi? Que existe um lado da separação que ninguém enxerga  (nem tão pouco comenta)antes de fazê-la e depois que fazem...Cai como uma bomba, um soco de realidade não prevista na cara de quem tinha certeza do que estava fazendo e dos riscos que estava correndo.
Como cristã, não posso deixar de dizer que dentro das igrejas as mulheres separadas tem um sofrimento a parte, uma discriminação silênciosa, quase que invisível, mas, ela está lá. Não vejo oportunidades dentro dos minsitérios a mulheres e poucos homens(poucos porque esses casam logo!rssssssss), a não ser que seja vaga naqueles que ninguém quer; cozinha, banheiro,intercessão... (embora sejam trabalhos louváveis- dá outra postagem! rs, depois ok?)
Será que o fato de não terem dado realmente certo no casamento essas pessoas são desmerecedoras?
Não merecem oportunidade para demostrar seus dons e talentos só porque  fazem parte de um grupo de pessoas que tem família dividida?
Uma moça me chamou atenção em especial ,quando me contou que muitas vezes o modo como é tratada ou a falta de modos em ser tratada já a deixou várias vezes com sentimento de culpa por ter se separado.
Além de não amarmos ainda colocamos peso!Pessoal, pessoal, vamos parar para refletir!
Porque nós , que temos nossos casamentos abençoados não acolhemos com um amor especial os "separados"?
Eu e meu marido (meu marido tem nome, MÁRCIO!rs) temos trabalhado em cima de um projeto que vai mexer muito com essa questão.
Precisamos amar o diferente, o excluído, o menos favorecido e dentro de vários grupos e bandeiras estão sim os separados!
Como disse, não concordo com separação de casais, mais não deixo de amar quem é.
Por ter feito parte de um processo de separação, sei como os filhos dos separados (ainda hoje mesmo sendo casada, pastora e mãe de dois filhos, ainda sinto na pele o preconceito) são olhados e como minha mãe muitas vezes ficou sem ter assunto nas reuniões com outras famílias. Festas de fim de ano então...Melhor nem comentar!
Gostaria de encorajar publicamente todos que não deram certo em seus casamentos (em especial as mulheres), seja qual for o motivo, Jesus morreu por você também e você tem seus dons e  valores que são únicos e preciosos. Não enterre seus talentos, não enterre o seu chamado.
Mesmo que as pessoas e o resto do mundo diga não, avance! Tenho certeza que algo muito precioso o Senhor tem para realizar em você e através de você.

*Daliti- palavra indiana que significa quebrado, pisado,oprimido.Pessoas impuras que não fazem parte da sociedade em que vivem.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Estado civil : SEPARADO!



Conhecem aquela musiquinha que depois dos parabéns todo mundo canta ? :
 "Com quem será ,  com que será que Maria vai casar? Vai depender, vai depender se o João vai querer."
Pois bem, estava numa festinha de uma garotinha de 7 anos com minha família, quando logo após o tradicional parabéns alguém puxou o coro da musiquinha, até então normal, o anormal foi a reação da aniversariante que começou a entoar a musica "certa";
"Com quem será , com quem será que a Laura* vai casar? Ela já casou, ela já casou, teve muitos filhos e já se separou!"
Os convidados soltaram a maior gargalhada e logo foram se servindo e a música passou batida, a única pessoa que me pareceu incomodada além de mim (e meu marido) foi o avô da menina que na hora retrucou onde ela teria aprendido aquilo. Detalhe, os pais da menina não são separados.
Sou de um tempo (nossa, já estou balzaquiana mesmo!) onde era uma farra a hora do parabéns da festa da amiga, porque assim não perderíamos a oportunidade de dar  um "toque" para o paquera dela ou no mínimo  matá-la de raiva ou  vergonha por brincar com o nome do cara mais feio ou nada haver da turma.  Essa nova musiquinha esta demasiadamente atualizada prô meu gosto, sai de lá pensando a que ponto estamos chegando.
Não quero discutir aqui quem deve , quem não deve e por quais motivos ou não  deve  se  separar, mesmo porque sou  contra.(rs, nada aberta).
A questão é , está tudo muito natural e comum e principalmente para as crianças..
Para completar, hoje fui brincar um pouco na piscina com a minha filha e uma menina de 10 anos muito simpática começou a conversar comigo, a brincar com minha filha e aí começou a sessão interrogatório:

-Tia, você só tem ela de filha?
- Não, tenho mais um menino.
-Ah, não pretende ter mais?
- (rss) não minha querida tá de bom tamanho.
- Pais casados ou separados?
- AH????????????
- Você é casada com o pai deles, é separada ou cada um tem um pai?
- Minha linda, graças a Deus muito bem casada com o pai dos dois.

Quase desmaiei, só não enfiei minha cara na água por meia hora porque minha filha é um bebê e não sabe nadar.
Queria que esses episódios da vida pudessem ser filmados como num reality show, porque a naturalidade com que ela me perguntou era digno de atuação de Fernanda Montenegro, queria poder ter como mostrar e comprovar o que digo.
Existem coisas que não deveriam ser tão naturais.
O que quero dizer é que está tão comum a questão do casa e descasa que parece que as crianças nem sofrem, que os casais nem se preocupam ou lutam para darem certo.(pergunte a esses personagens daqui a 5, 10 anos se eles tem a mesma opinião de hoje em relaçãoa  separação).
Sou filha de pais separados, quando meus pais se separaram eu já tinha 20 anos e me lembro muitas vezes de ter pedido isso a eles, eu não era nenhuma criança, uma jovem mulher prestes a casar, então na teoria eu sabia muito bem o que estava pedindo, digo na teoria, porque só depois que os meses e anos se passaram e começamos a viver a nova realidade de família dividida (não existe família dividida, família foi feita para ser unida, uma só) é que me dei conta de que essa teoria na prática é bem dura e diferente.
Tenho ouvido em aconselhamentos mulheres desejando a separação, filhos preferindo a morte do que a continuação do casamento dos pais, ninguém sabe o que tem pedido.
Tenho uma amiga que enfrentou duas separações e hoje está só, entrando quase nos seus 60 anos, o que ela tem a dizer é bem menos alegre e natural do que a  moderna musiquinha cantada após o parabéns.
A modernidade é muitas vezes necessária, mais tem coisas.... É melhor que fiquem como no tempo da vovó.

*Laura é o nome fictício , afinal o mundo é pequeno e todo mundo se conhece...rs.