quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A morte da Princesa


Eu e minha filha fomos a um espetáculo infantil com todas as princesas Disney, a  empolgação acabou praticamente na fila de entrada e o resto dela no decorrer do espetáculo, eu explico:

 Ainda na fila que tinha começo mais não tinha fim, parei de achar graça nas meninas vestidas de princesas, por conta da atitude lamentável da maioria (eu disse maioria e não minoria) das mães furando fila na maior cara-de-pau.
De repente, a fila sumiu e as mães começaram a entrar feito jóqueis em dia de disputa, tudo isso para pegar o melhor lugar. As cadeiras de plástico não eram numeradas e foram presas pelas pernas de duas em duas, conseguimos sentar não tão perto ao ponto de ver a obturação da Cinderela (acho que princesas nem tem obturação mesmo, rs ) nem tão longe que não desse para reparar como os príncipes eram bonitos.
Enquanto não começava o espetáculo, o vendedor de pipocas apareceu... Mais confusão, pedi minha pipoca e uma mãe surgida do "além " furou a fila e  pegou a pipoca que era minha, nessa hora, contei até cinquenta, fiz umas respirações  que aprendi com uma amiga professora de yoga para não descer do salto.
Com trinta minutos de atraso e um calor de fazer até a Pocahontas passar mau, o espetáculo começou e as  aberrações comportamentais também. Como as cadeiras estavam amarradas, não tinha como colocar uma em cima da outra para dar a altura suficiente para as meninas (a grande maioria menor que sete anos) enxergarem o palco e  qual foi a brilhante idéia das mães?
Colocar as meninas de pé em cima da cadeira!!!!! E viva a terra tupiniquim!!!!
Virou uma bagunça! Quem subia na cadeira assistia tudo e quem mantinha a linha de ficar sentado não via nada , mas , ainda podia ouvir certo? Errado!! Quem ficava sentado, gritava para quem estava em pé:
- Senta!!! Senta!!!!

Caos instalado, nem se ouvia e nem se via nada.
A minha filha tentou subir na cadeira e eu expliquei que isso era falta de respeito com quem estava atrás, a  menina da minha frente subiu, a mãe dela não falou nada, deu o maior apoio, eu quase que podia ouvir seu pensamento: "- como sou esperta, minha filha vê tudo". Mas, aí resolvi deixar a respiração da yoga de lado e não contei nem até três, cutuquei a menina e quando ela olhou pra trás fiz a cara da bruxa que deu a maçã para a Branca de Neve e  falei:

- Não pode subir na cadeira, tem que assistir sentada, porque quem está atrás também quer ver.
A menina ficou branca e desceu, acho que toda vez que ela se sentia tentada a subir na cadeira ela olhava pra trás e eu não dizia nada, apenas dava um doce olhar...rs  A mãe da menina nem se deu ao trabalho de me olhar e no meio dessa confusão de sobe desce de cadeira assistimos ao espetáculo.
Vi mães batendo boca na hora de tirar fotos com as princesas, umas porque estavam indignados com a falta de educação das outras e outras, por acharem absolutamente normal não respeitar as outras , se achando ter mais direito do que outras, talvez por se sentirem não princesas, (porque nem tem mais idade para isso)mas, verdadeiras rainhas da cocada preta.
Apesar dos pesares, o espetáculo foi muito bonito, senti falta da princesa Fiona, mais depois pensando bem ela estava muito bem representada, ora, se as mães se comportam estupidamente como a rainha da Cocada Preta, suas filhas serão automaticamente princesas Fiona em potencial.
Até as princesas não são mais as mesmas, depois, as pessoas não sabem porque nosso país não muda.