sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Seja prática e aceite!


Um jantar romântico num  restaurante aconchegante, luz de velas, músicas que conduzem a um clima de declaração de amor, enfim, um cenário perfeito para um casal ter uma inesquecível  noite, é o que muitas mulheres ainda sonham. Escuto sempre  as mesmas coisas, nos aconselhamentos e nas palestras  que realizo com mulheres.
A grande maioria se queixa da frieza com que seus parceiros tratam o relacionamento no dia a dia e de como  faz falta o romantismo dos tempos de namoro. As que ainda não encontraram seu par, denunciam que os homens sumiram do mapa e os que "a meia dúzia" que ainda tem, são do tipo que não vale a pena investir.Como seria bom homens que valorizassem a mulher e soubessem tratá-la como elas sonham, idealizam e merecem! O discurso é praticamente universal.
Mas, ontem em meio a um cenário desse, quando estava comemorando meus dezesseis anos de casada, o casal (ele nitidamente  um pouco mais velho que ela e ela grávida de poucos meses), que estava sentado bem próximo a nós, já estavam indo embora quando ele falou algo para ela , que rapidamente se levantou e respondeu:
 -"Sou uma mulher prática, não tenho paciência  para esperar um homem  puxar a cadeira para mim! ".
Saíram rindo (ele meio sem graça) e eu fiquei chocada com a velha frase na cabeça: mulheres, afinal, quem entende as mulheres?
 Eu que sou uma delas, não entendi absolutamente nada. Um companheiro gentil que nos tempos de hoje ainda se dispõe a puxar a cadeira para sua companheira é artigo de luxo! Depois de um "fora" desse, creio que qualquer tentativa de cuidado ou romantismo desse homem não sera manifestada, geralmente nós mulheres somos sensíveis e grávidas então... Ficamos com a sensibilidade a flor da pele, mas, nem assim a mulher se derreteu pelo galanteio .
Venho falando que temos errado a mão. Nossas avós foram duramente tolhidas por seus homens  e praticamente escravizadas dentro dos lares, mas, tinham uma bagagem emocional suficiente para fazer uma doce limonada com esses limões que a vida as reservou, fazendo com que a família não se desestruturasse e nem ela deixasse de encontrar felicidade, do jeito dela. A queimada do sutiã que foi um protesto histórico contra tanta opressão feminina, parece que queimou algo mais além deles, somos uma geração chamuscada por uma falta de equilíbrio naquilo que podemos, devemos e não devemos fazer, não pelos outros, mas, para benefício nosso mesmo.
Defendo a bandeira que tem no hino a doçura, aconchego, fragilidade inteligente, dependência independente e o fazer acontecer sem precisar deixar de ser mulher. Me desculpe Sheryl Sandberg*, não dá para ser tudo ao mesmo tempo, infelizmente tenho que concordar que Nelson Rodrigues estava coberto de razão a muitos anos atrás :
"As feministas querem reduzir a mulher a um macho mal-acabado".
Quando foi minha vez de levantar e ir embora, sai  segurando o buquê de rosas vermelhas que tinha ganho de surpresa lá mesmo, a mesa de jovens casais que estava logo na entrada do restaurante  (e portanto não viu o momento da entrega) ficou  com os olhares congelados em nós até entrarmos no carro, uma das moças cutucou o namorado e voltou a olhar para mim, ele a abraçou carinhosamente.  Entendi que ela tinha gostado da cena e que deveria estar pedindo algo parecido, sinceramente, deu vontade de voltar lá e dizer a ela:
- Se ele  quiser puxar sua cadeira para você se levantar, seja prática  e aproveita! Você acha que eu ganhei essas flores por quê?

*Chefe de operações do Facebook. Escritora do livro "Faça acontecer (Mulheres , trabalho e a vontade de liderar).


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ouviu o galo cantar e não sabe onde!


A um ano atrás  passei por uma situação  constrangedora mas engraçada e desde então, começei a olhar com mais atenção os acontecimentos e a "ligeireza" das pessoas em emitir uma opinião.
Estava sentada na primeira fila  do auditório do centro de convenções da cidade , para assistir o primeiro espetáculo de ballet que minha filha participava. Sozinha , lia o programa do espetáculo, enquanto aguardava o restante da família chegar, era uma noite de estréia e estávamos todos ansiosos, quando ouvi uma voz feminina atrás de mim falando o nome da minha filha, a voz repetiu o nome dela umas três vezes  no meio da frase que eu não conseguia entender o que era.
Olhei para trás e vi uma mulher aparantemente da minha idade conversando com outra mulher, ela segurava o programa do espetáculo e logo deduzi que deveria ser mãe de alguma amiguinha da minha filha comentando sobre a apresentaçao.
Uns minutos depois, ela falou novamente o nome da minha filha, só que dessa vez consegui ouvir nitidamente a frase toda:

- A mãe da Jemima!!! Fulana ficou com muita raiva dela, porque na festa de homenagem das professoras ela foi a única mãe  da turma que não colaborou com a festa. Achei isso um absurdo, Fulana, tentou falar com ela e ela nem quis ouvir...

Desandou a me dar mais alguns adjetivos nada simpáticos e quando eu já tinha ouvido o suficiente, me levantei e me dirigi  a ela educadamente , explicando o  que realmente aconteceu. Sorrindo, com muita calma e falei pausadamente para que ela  entendesse tudo, mas, se sentisse necessidade, estava disposta a desenha para ela (kkk):

- Oi, meu nome é Monique .
(ela sorriu nesse momento, sem entender nada)

-Sou a mãe da Jemima.
(ela ficou  de todas as cores do arco-íris  em apenas cinco segundos, kkk)

-Eu não participei da festa das mães, simplesmente porque não fui avisada, não sabia, portanto não tinha como adivinhar (quando me converti, joguei minha bola de cristal fora, kkk).
 Prossegui falando :
- No dia da festa, cruzei rapidamente com essa mãe que tá com muita raiva de mim na porta da sala e ela apenas me perguntou se eu não fui avisada da festa. Disse que não e sai rapidamente, porque minha filha vem passando por um problema de adaptacão horrível e chora toda vez que chega na escola, então, eu tenho que a deixar na sala e sair correndo, saio tensa, com o coração na mão. Sempre participei de todas as festas , inclusive a do ano passado fui eu quem organizei, não tenho motivos para não participar, muito menos de não querer ouvir as pessoas.

Ela e a amiga que conversava com ela, ficaram muito sem graça, o constrangimento ficou quase palpável por ter sido pega em flagrante e tentou se explicar:
- Ai, desculpa, olha o que dá falar mau dos outros sem saber, nem te conheço, desculpe.
- Tudo bem, eu achei ótimo isso ter acontecido porque nem fazia idéia que tava rolando essa situação chata com meu nome e de algo que eu nem tinha tido a oportunidade de me negar a participar!

Ela se desculpou mais umas trezentas vezes e eu voltei para o meu lugar do mesmo jeito, calma e sorrindo, mas só eu sei como estava segurando a baiana que mora dentro de mim e estava doida para se manifestar!!
 Fiquei pensando  que se essa situação chata não tivesse acontecido eu jamais saberia porque algumas mães, passaram a me olhar atravessado (coisa que só percebi depois disso).Após o ocorrido, fui conversar com algumas delas (que ficaram chocadas com a fofoca da outra) para explicar o que havia acontecido e depois de ter consultado algumas, desisti disso, paciência , não vou ficar me explicando se na verdade o julgamento e a crítica alheia foram precoces demais.
Depois desse um ano, tem umas três mães que quando me vêem, fazem de tudo para não me cumprimentar. Lamentável, termos atitudes assim por nada!
O ser humano  tá ligeiro demais com a crítica!
 E tem se comportado assim a maior parte do tempo; nos relacionamentos em família, com os companheiros de trabalho, com o vizinho de porta no prédio que mora e até mesmo na internet, onde todo mundo se sente no direito de ser psicólogo comportamental e mal lê o que o outro posta no facebook  e corre para emitir sua opinião venenosa.
Que necessidade é essa de apontar o dedo?
De ter sempre algo negativo para revelar ao outro?
Temos deixado de lado as ricas oportunidades de conhecer as pessoas, parar para ouvir os dois lados numa discussão antes de tomar partido. Coisas tão pequenas estão dando espaço para sentimentos daninhos que  corroem  e roubam sorrisos que emolduram a alma daqueles que deveriam calar , ouvir, perdoar e estender a mão com sinceridade.
Nos gabamos de ser  moderninhos e ao mesmo tempo não! Mas que contradição, o ditado  que temos usado é do tempo das nossas tataravós; temos ouvido o galo cantar, mas não sabemos onde!
Deixemos disso porque já ficou demodê!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ser alguém sem ser ninguém


Fui fazer uns exames  e por conta dos horários disponíveis da médica , tive que  mudar minha rotina diária e levar minha filha junto antes do  horário do colégio. Estávamos esperando minha vez, quando a funcionária que serve o café na clínica , uma mulher ainda jovem  e muito simpática notando minha filha de uniforme, veio  puxando papo com ela :

- Minha princesa vai para o colégio?
Isso mesmo! Estude "bem muito"para ser alguém na vida. Eu sempre digo aos meus filhos, que estudem para serem diferente de mim e ser alguém na vida.

Esse fim de frase dela, cortou minha alma e  eu tive que fazer a observação:

- Minha flor, você até pode querer que seus filhos tenham as oportunidades de emprego que você não teve por não ter tido a chance de se dedicar aos estudos, mas, você tem seu valor. Mesmo servindo café, algo tao simples e comum, você é alguém na vida sim!

Rapidamente os olhos dela encheram d'água e ela ficou travada na mesma posição me ouvindo falar, sem ao menos piscar, quando eu acabei, ela sorriu tao doce e saiu.

Fiquei pensando quantas pessoas nesse mundo pensam exatamente igual a essa mulher e de como esse mundo de hoje reforça isso nas pessoas, imprimindo cada vez mais uma correria em busca de coisas que talvez nem nos faça feliz.
Para mim ser alguém na vida está longe de ter um canudo debaixo do braço ou pendurado na parede.
Me lembrei agora do Dr.  Roger Abdelmassih um ex - médico, especialista em reprodução humana e um dos pioneiros da fertilizaçao em vitro no Brasil , com certeza ele tem um currículo de primeira, construiu um patrimônio milionário, influente na alta sociedade do Brasil, prestigiado, conhecido e reconhecido e diferente do que a moça do café pensa, para mim ele não é ninguém na vida.
Um homem sem caráter, usou a medicina de forma vergonhosa e repugnante,  foi acusado  de  abusar sexualmente  de mais de sessenta  ex-pacientes  enquanto estavam sob efeito de sedativos no momento que passavam por procedimentos médicos (muito bem pagos diga-se de passagem) em sua clínica.
Esse homem tinha tudo e não tinha nada.
 Sem caráter, valores concretos e fundamentados em Algo Maior que nós, somos vazios, entregues a um caminho que podemos saber até que direção tomar, mas não sabemos onde vai nos levar.
Se era para fazer como ele fez , teria sido muito mais bonito se o doutor em questão, nunca tivesse estudado. Seria melhor que ele estivesse servindo café dignamente como a mulher da clínica, que provavelmente cria filho sozinha como a grande  maioria das mulheres do nosso país, levanta de madrugada e pega dois ônibus  lotados para chegar ao emprego e depois de um dia de trabalho, ainda chega em casa e dá conta dos afazeres de dona de casa, que garanto a vocês não são poucos.
Ser alguém na vida para mim é amar , respeitar a si mesmo e ao próximo, trabalhar seja no que for com amor ao que faz e dignamente, sorrir com quem sorri, chorar com quem chora, errar e mesmo assim tentar de novo e nunca esquecer que sem Ele, não somos nada.
Como é triste, ser alguém sem ser ninguém!




sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Que assim seja todos os dias


Estava refletindo sobre as idas e vindas dos relacionamentos e o caos que está hoje esse tipo de relação e como que as mídias sociais ao mesmo tempo que aproximam, também afastam , parece complicado mais não é.
Qual foi a última vez que você pegou o telefone para desejar feliz aniversário a um amigo?  Agora, se for para falar  para quantos amigos enviou uma mensagem (praticamente com as mesmas palavras para todos) de aniversário aí fica mais fácil não?
Creio que o diálogo sempre foi complicado entre a raça humana, desde que o mundo é mundo  e tem se esfriado cada vez mais! E para um povo que não gosta de ler ou lê muito pouco, a interpretação de texto fica deficiente e a comunicação escrita pra lá de Bagdá. O reflexo  disso é que na prática, agimos muito mau (ou não agimos) quando esse é o assunto, tudo isso porque a gente não treina. Lembram da lei do uso e do desuso?
Pessoas queridas deixam de se abraçar, as mãos já não se tocam mais num forte aperto e o sorriso ao se cumprimentar, tem virado tímidas olhadelas.
A gente julga demais, fala muito e não age quase nada.
Lembrei de uma prima querida, que na década de oitenta costumava trocar longas cartas com ela, existia uma distância de mais de três mil quilômetros que nos separava, o carteiro da cidade dela tinha a fama que abria todas as cartas antes de entregar (cidade muito pequena tem dessas coisas, rs). Por precaução, trechos das nossas cartas eram escritas  em código  para que o carteiro leitor ficasse sem saber o desfecho dos nossos papos. Hoje depois de tantos anos, converso com ela através das redes sociais, mais essa facilidade não tornou essas conversas tão constantes quanto as nossas cartas, talvez  a coisa da dificuldade tenha seu glamour né?
Sinto falta dessas coisas, então não me acomodo e na minha vida quem é importante tem seu valor e a manifestação desse amor para mim  é lei.
Gosto de responder uma a uma, cada  mensagem que recebo no dia do meu aniversário. Por exemplo, sou contra aquele costume que as pessoas tem de responder coletivamente, por acaso, todos seus amigos se reuniram para lhe mandar uma mensagem coletiva? Uai, claro que não!!
Até entendo que a vida seja corrida para todos, mas, desconfio de quem não tem tempo para parar e agradecer um amigo que parou um minutinho seus afazeres e  desejou coisas boas  a outro.
Nesse meu último aniversário, graças a Deus recebi muitas mensagens, achei curioso que quase  todas foram enviadas de forma privada , será que as pessoas tem algum tipo de receio de expor seus sentimentos? Não combina desnudar a vida para as redes sociais a cada passo que se dá e esconder de todos o que vai na alma....
 Mas teve uma mensagem que embora tenha sido enviada de forma privada chamou muito minha atenção e me emocionou.
A mulher de um primo (eu tenho muitos primos e primas, incontáveis historinhas, rs) muito querido , mas, que eu ainda não conheço pessoalmente, me mandou uma mensagem e fiquei profundamente tocada  porque  ela atravessava um momento muito difícil de dor; seu pai estava na uti num quadro delicado e no meio de uma situação dessa, ela se lembrou de parar um minutinho, não olhar para sua dor e soube me desejar coisas lindas, numa mensagem que não foi curta nem tão pouco vazia de sentimentos. Isso tem sido tão raro nos relacionamentos e uma pessoa que só me conhece de longe investiu em mim!
Como seria bom se todos nós  fizéssemos o propósito de ser menos egoístas diariamente em tudo!
Uma vez estava passando a maior pindaíba da minha vida e tinha o dinheiro contado para o pão da semana, só que chegaram em casa uns dez jovens (na época pastoreávamos jovens), bem na hora do café, fui para a padaria lamentando com Deus:
- Como é que eu vou fazer? Era o dinheiro do pão da semana e vou usar de uma vez só e com os outros!! E amanhã?
 Gente, o Senhor foi muito bom comigo e com sua doçura de sempre, pediu que eu tivesse paz porque Ele que me dava o dinheiro do pão da semana e compartilhar o que não faz falta ou o que sobra, não é compartilhar. Acho que não preciso dizer que tive uma das melhores manhãs da minha vida aquele dia e no outro dia, além de vir o pão do dia, veio uma compra que dava para o mês!
Vamos compartilhar nossos sentimentos e o que mais for necessário para fazermos bonito e diferente no tempo que estivermos morando por aqui? Eu acredito profundamente que você e eu podemos. ;-)

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A morte da Princesa


Eu e minha filha fomos a um espetáculo infantil com todas as princesas Disney, a  empolgação acabou praticamente na fila de entrada e o resto dela no decorrer do espetáculo, eu explico:

 Ainda na fila que tinha começo mais não tinha fim, parei de achar graça nas meninas vestidas de princesas, por conta da atitude lamentável da maioria (eu disse maioria e não minoria) das mães furando fila na maior cara-de-pau.
De repente, a fila sumiu e as mães começaram a entrar feito jóqueis em dia de disputa, tudo isso para pegar o melhor lugar. As cadeiras de plástico não eram numeradas e foram presas pelas pernas de duas em duas, conseguimos sentar não tão perto ao ponto de ver a obturação da Cinderela (acho que princesas nem tem obturação mesmo, rs ) nem tão longe que não desse para reparar como os príncipes eram bonitos.
Enquanto não começava o espetáculo, o vendedor de pipocas apareceu... Mais confusão, pedi minha pipoca e uma mãe surgida do "além " furou a fila e  pegou a pipoca que era minha, nessa hora, contei até cinquenta, fiz umas respirações  que aprendi com uma amiga professora de yoga para não descer do salto.
Com trinta minutos de atraso e um calor de fazer até a Pocahontas passar mau, o espetáculo começou e as  aberrações comportamentais também. Como as cadeiras estavam amarradas, não tinha como colocar uma em cima da outra para dar a altura suficiente para as meninas (a grande maioria menor que sete anos) enxergarem o palco e  qual foi a brilhante idéia das mães?
Colocar as meninas de pé em cima da cadeira!!!!! E viva a terra tupiniquim!!!!
Virou uma bagunça! Quem subia na cadeira assistia tudo e quem mantinha a linha de ficar sentado não via nada , mas , ainda podia ouvir certo? Errado!! Quem ficava sentado, gritava para quem estava em pé:
- Senta!!! Senta!!!!

Caos instalado, nem se ouvia e nem se via nada.
A minha filha tentou subir na cadeira e eu expliquei que isso era falta de respeito com quem estava atrás, a  menina da minha frente subiu, a mãe dela não falou nada, deu o maior apoio, eu quase que podia ouvir seu pensamento: "- como sou esperta, minha filha vê tudo". Mas, aí resolvi deixar a respiração da yoga de lado e não contei nem até três, cutuquei a menina e quando ela olhou pra trás fiz a cara da bruxa que deu a maçã para a Branca de Neve e  falei:

- Não pode subir na cadeira, tem que assistir sentada, porque quem está atrás também quer ver.
A menina ficou branca e desceu, acho que toda vez que ela se sentia tentada a subir na cadeira ela olhava pra trás e eu não dizia nada, apenas dava um doce olhar...rs  A mãe da menina nem se deu ao trabalho de me olhar e no meio dessa confusão de sobe desce de cadeira assistimos ao espetáculo.
Vi mães batendo boca na hora de tirar fotos com as princesas, umas porque estavam indignados com a falta de educação das outras e outras, por acharem absolutamente normal não respeitar as outras , se achando ter mais direito do que outras, talvez por se sentirem não princesas, (porque nem tem mais idade para isso)mas, verdadeiras rainhas da cocada preta.
Apesar dos pesares, o espetáculo foi muito bonito, senti falta da princesa Fiona, mais depois pensando bem ela estava muito bem representada, ora, se as mães se comportam estupidamente como a rainha da Cocada Preta, suas filhas serão automaticamente princesas Fiona em potencial.
Até as princesas não são mais as mesmas, depois, as pessoas não sabem porque nosso país não muda.


domingo, 8 de setembro de 2013

"Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui." (Clarice Lispector)


Já tem um tempo que me questiono se devo continuar a ser assim, tão disponível para as pessoas. Isso acontece principalmente depois de alguma puxada de tapete, de uma decepção com alguém que já amei muito, me doei muito, me dediquei muito (MUITO).
Sempre fui resistente a mudar esse meu jeito, mas quando a dor chega, é inevitável não questionar se ser assim, vale a pena. Mas depois que a dor  passa (porque ela passa!), lá ia eu de novo, abrindo o coração e me doando novamente e de uma forma que eu já tinha até prometido a mim mesma que jamais faria novamente (rss).
Sempre fui intensa em minhas atitudes e emoções, sempre fui preto no branco, oito ou oitenta. Depois de idas e vindas e alguns caquinhos recolhidos, sempre consegui retomar e ficar especialista em resiliência.
Ultimamente tenho me deparado com situações que tenho que decidir se avanço ou recuo, se travo ou simplesmente me permito ser quem sou sem medo. Conversei com Deus e em meio a minhas dores, fui sincera ao ponto de dizer que se Ele desejasse uma atitude minha, que fizesse no outro, porque eu não tinha como dar o primeiro passo. Pois, surpreendentemente Ele fez  no outro (preciso aprender a pensar antes de falar, rss) e agora precisava fazer a minha parte.
Dar os primeiros passos, depois de um tempo de dor é muito complicado. Me senti "forçada" a caminhar sobre a mesma ponte que se quebrou e me fez despencar sobre o abismo que deixou em mim as marcas que ainda doem.
Preferi passar pela ponte com medo mesmo e confiar que estava fazendo a coisa certa. Hoje pela manhã, o Senhor falou comigo de uma maneira tão forte e específica que me encheu de paz;

"Porque Deus tanto amou o mundo que DEU o Seu Filho Unigênito, para que todo o que Nele crer não pereça, mas que tenha a vida eterna." (João 3:16)

"Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo DEU a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos." (1 João 3:16)

Se Ele DEU e somos Dele, somos cristãos. Cristianismo significa pequenos cristos. A vida de quem se diz cristão tem que ser DOAR.
Hoje entendi que não posso mudar, não posso fingir que não estou ouvindo Sua voz me mandando fazer, nem blindar meu coração para não fazer o que Ele me vocacionou a fazer. Por mais que as atitudes (ou a falta delas) de algumas pessoas que estendi a mão tenham me machucado, eu preciso continuar a ser quem sou, quem Ele espera que eu seja, porque tenho Ele em mim e se O tenho, sou doação.
Portanto, continuarei fazendo meus bolos para presentear os que tenho desejo, continuarei a estender a minha mão para o ferido, enxugarei a lágrima do que chora e deixarei minha família sempre segura com Ele e irei socorrer aquele que não tem em quem recostar sua cabeça pesada de tantos problemas.
Agora, se tiver tudo bem e quiser me chamar para darmos boas risadas, conversar "nada" e brindarmos a vida com uma boa xícara de café, pode me chamar também porquê eu vou correndo.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Diga qual deles usa e direi quem tu és.



Se tem um programa que para mim não é de índio como muitos acham, é fazer super mercado, sacolão, coisas do tipo. Eu converso com pessoas que eu nunca vi , troco receitas,  e observo as pessoas com seus carrinhos. Tem o carrinho do cara que faz compra sozinho (só tem comida congelada, garrafa de água e latas de cerveja), dos casais com bebê  pequeno no colo (são enormes esses carrinhos, parece que essa turma só vai ao mercado a cada ano) e por aí vai...
Mas, nessa minha última compra o que me chamou atenção não foram os carrinhos das pessoas e sim um diálogo entre a mãe, uma senhora simples que aparentava uns setenta anos, baixa, corpo forte e de jeito bem espirituoso e da filha, beirando seus trinta anos:

- Óia , o papel higiênico tá barato demais!!
- Arremaria mãe, esse aqui tá barato porquê é o "mermo"que jornal!!
- Pois vai é esse, limpa do mesmo jeito e quem é que vai saber que a gente usa papel igual jornal? Só tu e eu, mas, tu fica calada e eu também.


Achei muito engraçada a conversa, mau sabiam elas que além das duas eu também sabia que tipo de papel elas estavam comprando e iriam usar (rss) !!  Mas, me lembrei também da estória de  uma amiga que enfrentava sérios problemas financeiros, estavam sem emprego e faltava de tudo dentro de casa. Numa das vezes que visitei a casa deles, eu usei o banheiro e percebi que o papel higiênico era aquele de folha "tripla" de tão requintado que era , fiquei pensando como que numa casa que faltava a alimentação tinha um papel tão caro como aquele no banheiro. Dias depois, numa de nossas conversas ela desabafou, que tinha o perdido o padrão de tudo, mas, não abriria mão da qualidade do papel higiênico:

- O quê as pessoas que vão a minha casa vão pensar ao ver um papel ralé??

Comparando essas duas estórias, chego ao mesmo questionamento, por que nos preocupamos tanto com o que os outros vão pensar ao nosso respeito e com as  nossas escolhas ? Por que chegamos ao ponto de muitas vezes, esconder o tipo de papel higiênico que usamos para manter uma aparência com algo que não corresponde a realidade ou até mesmo corresponde!!?

Somos vítimas do julgamento e análise constante das pessoas ou prisioneiros da nossa própria vaidade? Questionamos e critícamos tanto a decadência da humanidade, com a sua falta de valores e nos  prendemos a coisas tão pequenas como o tipo de papel que usamos num lugar que geralmente é de extrema intimidade solitária.
De quem temos fugindo?
Para quem temos mentido?
Torço para sermos quem quisermos ser, mas, sem máscaras e recalques e que mesmo assim, nosso vizinho de carrinho no corredor do mercado, não critique, apenas se divirta. E se por acaso, formos "pegos" em nossos refúgios mais secretos, o dedo não seja apontado, mas, que a mão estendida seja sempre a primeira a se pronunciar.

terça-feira, 19 de março de 2013

Quando o príncipe vira sapo



Feriado chuvoso graças a Deus, meu Ceará esta precisando de chuva  e  não tem nada mais gostoso que esse tempinho para relaxar. Vim passar o dia numa fazenda e enquanto as crianças brincavam na chuva, vi que no jardim tinha um sapo em perigo, fui ver de perto e ele me deu inspiração para escrever esse texto.

Quando os olhares de um homem e uma mulher se cruzam pela primeira vez, sinos tocam, luzes piscam e o ar parece faltar por alguns minutos, o coração acelerado e as mãos tremulas denunciam que esse é um encontro especial. As flores começam a chegar a porta dela e ele jura que a beleza e o perfume de nenhuma delas se compara a sua. Jantares a luz de velas, caixas lindas com o mais caro e especial chocolate, afinal, ela pode comer a caixa toda por que seu corpo esta lindo (mesmo que não esteja, ele a vê perfeita).
O tempo passa, ele confessa que seu coração é todo seu e dá a ela um lindo anel que simboliza esse amor. Diante de testemunhas numa festa dos sonhos , fazem juras de amor eterno  e prometem um ao outro serem companheiros em todas as circunstâncias da vida: na alegria, na tristeza, saúde e doença, com grana e com a falta dela e principalmente ser fiel até que a morte os separe.

Só que com o passar dos anos ele  se sente entediado e resolve dar um rolê para desanuviar a mente . Hum... Péssima ideia!
Encontrou uns amigos começou a jogar conversa fora e em meia horinha de papo vazio, minhocas entraram na cabeça dele . Uma  linda mulher do outro lado da rua chama sua atenção; cabelos sedosos e arrumados, num vestido vaporoso que deixava a mostra belas pernas e um decotão de arrasar quarteirão. Ele não conseguiu mais tirar os olhos até que ela percebeu, dando a ele a coragem pra atravessar a rua e iniciar uma conversa inocente. Ele estava encantado, pensando que nunca tinha visto na vida uma mulher tão linda e interessante (será que não ?).
O desenrolar da estória é mais conhecido que andar para trás, corações que antes se entregaram a um lindo e eterno amor , machucados por uma ilusão que passa.
Vendo esse sapo hoje me veio em mente que os homens simplesmente não entendem o papel ridículo que fazem quando dão o passo errado (as mulheres também, mas hoje minha ilustração é sobre homens, sem polemicas).
 Sabe por que o sapo foi parar nessa situação? Debaixo da madeira tinha uma sapinha, ele provavelmente se enfiou ali para ir atrás dela. Entalou, não conseguiu sair sozinho e raiou o dia e ele ainda ali, quase sem vida, preso, todo deformado por conta do inchaço e certamente arrependido de ter entrado de cabeça” naquele buraco. Poderíamos tê-lo deixado morrer preso, mas, me compadeci e me veio uma comparação com os homens; são lindos príncipes  em seus castelos com suas princesas de verdade e põem tudo a perder, sua identidade, sua dignidade, expondo a casa e a família.
Problemas todo casal tem e infidelidade nunca resolveu o problema de ninguém, as coisas só pioram. É preciso ter maturidade para sentar e conversar de uma maneira madura, com equilíbrio. Beleza física também passa, a velhice chega para todos a menos que você morra antes dela chegar. Homens ficam presos a uma situação dessas muitas vezes sem volta e com marcas que só Jesus é capaz de tirar. 
Graças a Deus, Ele os tira e  livra, os faz voltar a consciência  e querer andar pelas veredas retas e eternas assim como esse prometeu um dia a sua escolhida.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Arrochar as idéias e Esquentar as atitudes


Não tenho nenhum problema com nenhum gênero musical, o problema não é a melodia e sim a letra. Queria muito que alguém me explicasse  por que as letras de funk e agora do tal de arrocha que tem  sucesso na mídia tem que ser erotizadas?
Assistindo a pouco um programa de TV, fiquei espantada... Pelo que sempre entendi, a apresentadora  é velha admiradora do povão e nunca escondeu isso de ninguém. Acho muito bacana quando a TV mostra a realidade do povo brasileiro nua e crua, mas, hoje fiquei com dúvida...
Ando no meio do povão num é de hoje, mas, apesar de termos uma diversidade cultural enorme, não significa que todos compartilhem do gosto apimentado de uma letra de arrocha ou que toda mulher "quebre tudo até o chão" só por que mora na periferia. Creio que anda por aí uma confusão do tipo "tudo junto e misturado".
O povão também gosta de respeito, luta diariamente para criar filho com decência e bons costumes, assim como a população que recebe o título de privilegiada também . Quem então alimenta esse tipo de costume no nosso meio? Creio que o povão tem muito mais coisas nobres e positivas a serem associadas ao seu nome do que as que costumeiramente temos visto.
As campanhas contra pedofilia, turismo sexual e prostituição inclusive a infantil,estão aí soando nos quatro cantos, muito contraditório quando se tem em primeiro lugar nas maiores emissoras de rádio do nosso país e como trilha musical de programas de TV em pleno domingo a tarde, músicas que depreciam a mulher, o casamento e a sexualidade. Estamos passando da hora de repensar nossos conceitos e valores, é falar menos e fazer mais ou ao menos, fazer exatamente o que se vive pregando por aí.